Em um gesto emblemático de cooperação internacional, Brasil e Bolívia lançaram, no último fim de semana, em Epitaciolândia (AC), a campanha binacional de vacinação antirrábica, com o objetivo de fortalecer a prevenção da doença em uma das áreas de fronteira mais movimentadas da América do Sul. O evento, marcado pela presença de autoridades de saúde dos dois países, reafirma o compromisso conjunto com a saúde pública e o bem-estar das populações fronteiriças.
A cerimônia contou com a participação de representantes das secretarias Municipais de Saúde de Brasileia e Epitaciolândia (Brasil), e das regiões de Cobija, departamento de Pando (Bolívia), além de técnicos da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e do Ministério da Saúde, do Brasil. A mobilização simboliza a consolidação de uma aliança estratégica, essencial para a prevenção e o controle da raiva em uma região caracterizada pela intensa circulação de pessoas e animais.
A campanha ganha relevância especial diante do histórico do Acre, que não registra casos de raiva humana ou canina há quase duas décadas. O estado, referência em vigilância epidemiológica, contribui agora para a ampliação da cobertura vacinal do lado boliviano. Para tanto, o Ministério da Saúde brasileiro formalizou o repasse de 25 mil doses de vacinas antirrábicas, além de seringas, luvas e caixas térmicas para armazenamento, fortalecendo o enfrentamento da doença em solo estrangeiro.
“A cooperação transfronteiriça é fundamental para o êxito de ações de saúde pública como esta. A raiva não respeita fronteiras geográficas, mas respeita as vacinas e as políticas públicas bem estruturadas. Ao unirmos esforços com a Bolívia, ampliamos nossa capacidade de proteger vidas humanas e animais de forma mais eficaz”, declarou Victor Mattos, médico veterinário e chefe do Núcleo de Zoonoses da Sesacre.
A ação conjunta também foi destacada por Silene Rocha, consultora técnica do Ministério da Saúde na área de Raiva e Vacinação Antirrábica. Para ela, a integração regional é um caminho promissor: “A articulação entre o Acre e a Bolívia é um exemplo claro de como a cooperação internacional pode gerar resultados concretos. O Brasil avança rumo à certificação de área livre da variante canina do vírus da raiva, e esse apoio material à Bolívia reforça nosso compromisso com a saúde como valor universal e sem fronteiras.”
Roxana Mabele, coordenadora do Programa de Vacinação em Cobija, destacou o simbolismo da fronteira como elo, e não como barreira: “A fronteira não nos divide. Pelo contrário, é um ponto de união no combate à raiva. Esta campanha é um marco para nossas populações, que compartilham território, cultura e desafios em comum.”
Já o secretário municipal de Saúde de Epitaciolândia, Sérgio Mesquita, enalteceu o papel do município como protagonista da ação: “Nossa cidade se orgulha dos altos índices de vacinação alcançados e do reconhecimento enquanto liderança em saúde pública. Estamos construindo uma barreira sanitária sólida, que protege não apenas os nossos, mas também os nossos vizinhos.”
A campanha binacional de vacinação antirrábica representa, portanto, mais do que uma ação sanitária é um gesto concreto de solidariedade e de gestão compartilhada. Ao somarem esforços, Brasil e Bolívia mostram que a luta contra a raiva ultrapassa limites territoriais e fortalece os laços de amizade, cooperação e compromisso com um futuro mais seguro e saudável para todos os moradores da fronteira.
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