Na primeira sessão após o recesso parlamentar, o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) afirmou que o governador do Acre, Gladson Cameli (PP), já atua em “modo despedida”, promovendo grandes eventos e shows como parte de uma “festa de encerramento de mandato”, enquanto problemas importantes do Estado seguem sem solução. Segundo o parlamentar, a agenda de espetáculos patrocinada pelo governo ignora questões urgentes que merecem ser debatidas pela Assembleia.
Edvaldo também direcionou críticas aos “falsos patriotas” que, durante anos, defenderam que “a lei é para todos” para justificar a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas que agora estariam envolvidos em ações de traição à pátria. Ele citou a viagem de parlamentares, incluindo o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, aos Estados Unidos para, segundo ele, tramar contra o Brasil, pedindo a aplicação de tarifas sobre produtos e a indústria nacional. “Isso é traição à pátria, não é aventura. As medidas cautelares impostas ao ex-presidente foram consequência do seu próprio comportamento e estão sendo aplicadas dentro do devido processo legal, com total transparência”, afirmou.
O deputado relembrou depoimentos recentes em que militares admitiram a elaboração de um plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que previa prender e matar o presidente e o vice-presidente eleitos, além do presidente do Tribunal Superior Eleitoral. “Para os falsos patriotas, isso não é atentar contra a democracia, não é rasgar a Constituição. Mas a intenção de dar um golpe já é crime, porque, quando o golpe se concretiza, não há mais quem julgue, o que existe é a ditadura”, alertou.
Encerrando sua fala durante o Pequeno Expediente, Edvaldo Magalhães citou Ulisses Guimarães para reforçar a defesa da democracia: “Quando foi promulgada a Constituição Cidadã de 1988, ele disse: discordar, sim; reagir, sim; descumprir, jamais; afrontá-la, nunca. Traidor da pátria é quem rasga a Constituição”.
Grande Expediente: defesa dos BRICS e críticas à submissão econômica
Durante o tempo destinado ao Grande Expediente da sessão, Edvaldo Magalhães reforçou críticas ao que classificou como submissão do Brasil a interesses estrangeiros, defendendo a importância estratégica dos BRICS para a economia nacional. Ele lembrou que o Bloco, do qual o Brasil é membro fundador há décadas, reúne-se duas vezes ao ano e mantém uma relação comercial consolidada, especialmente com a China, maior parceiro econômico do país. Segundo o parlamentar, a decisão dos BRICS de permitir transações comerciais nas moedas próprias dos países membros representa um passo importante para reduzir a dependência do dólar e fortalecer a soberania econômica.
Edvaldo alertou que medidas como a supertaxação de produtos brasileiros representam, segundo ele, “punhaladas nas costas do país” e criticou iniciativas que, na sua avaliação, têm como pano de fundo interesses ligados a grandes sistemas financeiros internacionais. O deputado também repudiou tentativas de intervenção estrangeira na política nacional e disse que os gestores públicos precisam agir com responsabilidade para proteger os interesses brasileiros. “É a história que vai cobrar de cada um de nós, e nossos filhos precisam ter orgulho das decisões que tomamos em defesa do Brasil”, afirmou.
Texto: Andressa Oliveira
Foto: Sérgio Vale