No interior do Acre, no município de Senador Guiomard, vive Gidmar dos Santos, um apicultor que transformou sua vida com trabalho, persistência e, mais recentemente, com a legalização da sua produção de mel. Durante anos, Gidmar atuou de informalmente, vendendo em feiras locais e para clientes fiéis que reconheciam a qualidade artesanal do seu produto. No entanto, as limitações eram claras: ele não podia acessar novos mercados e convivia com o receio constante de fiscalizações.
Foi na Amazônia acreana que ele encontrou não só terra fértil e floresta abundante, mas também oportunidades para formalizar e expandir sua atividade.
A grande virada aconteceu em agosto de 2024, quando Gidmar aderiu ao Selo D’Colônia, programa criado pelo governo do Estado do Acre e executado pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf). A iniciativa abrange os setores de piscicultura, ovos, queijo e mel, e tem como objetivo desburocratizar o acesso ao Serviço de Inspeção Estadual (SIE), permitindo que pequenos produtores, mesmo sem uma estrutura industrial complexa, possam vender seus produtos de origem animal de forma legal e segura.
“Comecei a produzir mel em 1995 no estado de Goiás, mas o crescimento veio quando vim para o Acre em 2008 e dez anos depois percebi que aqui sim, eu poderia aumentar minha produtividade e melhorar a qualidade de vida da minha família. Recebi a equipe técnica do Idaf e, depois daí, tudo mudou”, conta Gidmar.
Com a concessão do selo, Gidmar registrou o Mel Bonal e passou a vender seu mel de forma legalizada em todo o estado do Acre, ampliou sua base de clientes, incluindo mercados e comércios maiores, agregou o valor ao produto com rótulo e identidade visual e está trabalhando com tranquilidade, dentro da legalidade, e planejando novos investimentos.
“O mel é minha vida. E legalizar minha produção foi mais do que uma exigência: foi uma conquista. O retrato disso é que hoje estou na maior feira agropecuária do estado, a Expoacre, onde milhares de pessoas vão conhecer meu produto e tenho certeza de que vão amar”, afirmou.
Para Soraia Aguiar, médica veterinária e coordenadora de inspeção de estabelecimentos de produção artesanal do Idaf, o Selo D’Colônia é uma conquista muito importante para os pequenos produtores, porque garante a legalidade, a qualidade e a valorização dos produtos elaborados no Acre.
“Ver empresas como o Mel da Bonal crescendo depois da certificação é motivo de muita alegria. É a prova de que, quando o produtor sai da informalidade e investe na regularização, as portas se abrem, tanto para novos mercados quanto para o reconhecimento do seu trabalho. O sucesso do Mel da Bonal mostra que o selo não é só um papel, mas uma oportunidade real de desenvolvimento e dignidade para quem vive da produção rural”, ressalta.
Hoje, Gidmar colhe os frutos dessa decisão. Além de manter a produção ativa , ele tem metas de expansão e já inspira outros produtores da região a seguirem o mesmo caminho, mostrando que a formalização, quando acessível e adaptada à realidade rural, pode ser um motor de desenvolvimento sustentável, inclusão produtiva e transformação de vidas no campo acreano.
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