Foi com emoção e orgulho que mães de crianças com autismo, o transtorno do espectro autista (TEA), atendidas pelo Programa Mentes Azuis, participaram, neste sábado, 2, de uma noite de homenagens e reconhecimento. A ação, promovida pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), foi realizada durante a penúltima noite da Expoacre e contou com a presença da vice-governadora e secretária da pasta, em um momento dedicado à valorização da sociedade civil.
O Mentes Azuis, criado em 2024 pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Acre (Fapac), é uma das principais ações voltadas à inclusão social no estado. O programa concede bolsas de pesquisa científica a mães de crianças com autismo, com o objetivo de valorizar o cuidado materno e fortalecer a qualidade de vida dessas famílias.
A vice-governadora Mailza Assis, declarou que é fundamental oferecer amparo às famílias que mais precisam, especialmente às que têm filhos com autismo. “Sabemos o quanto é desafiador o trabalho diário, o cuidado nas crises e fora delas, a atenção às pequenas coisas da rotina. Em quase tudo, essas crianças têm uma especificidade, uma forma própria de ver e sentir o mundo: na alimentação, no humor, nas decisões. Tudo exige cuidado e atenção”.
O presidente da Fapac, Moisés Diniz, destacou que o programa executado pelo governo do Estado é um dos pioneiros no Brasil.
“Não existe em nenhum outro lugar do país um programa com essa arquitetura: com base científica, voltado para o empreendedorismo atípico e para a educação integral das mães atípicas. No dia em que a vice-governadora publicou sobre o programa nas redes sociais, mães de São Paulo marcaram o governador Tarcísio, mães do Rio Grande do Sul marcaram o governador Eduardo Leite, pedindo algo semelhante. Isso mostra que o Acre está sendo pioneiro”, frisou.
O programa está sendo estruturado para alcançar os 22 municípios do Acre e, até o momento, já envolve uma quantidade significativa de mães atípicas. Nesta edição, participaram representantes de Senador Guiomard, Bujari e Rio Branco.
“Falar sobre inclusão vai muito além dos discursos. Nós, parlamentares — eu, a vice-governadora Mailza e o governador Gladson — sonhamos com o desenvolvimento do nosso estado e das pessoas. Queremos melhorar a saúde, a educação e a qualidade de vida. Mas sabemos que nada disso avança de verdade se não houver dignidade. E a dignidade começa dentro de casa, com acesso à saúde, inclusão e apoio real às famílias”, enfatizou o deputado federal Eduardo Veloso.
Durante a apresentação no estande da SEASDH, também estiveram presentes as presidentes do Instituto de Terras do Acre (Iteracre), Gabriela Câmara, e do Instituto de Defesa do Consumidor (Procon), Alana Albuquerque; o secretário de Governo, Luiz Calixto; a secretária Extraordinária de Povos Indígenas, Francisca Arara, além de vereadores e outros convidados.
A SEASDH desenvolve diversas políticas públicas, como o Programa Mentes Azuis, atuando em todas as frentes de responsabilidade do governo. A execução tem sido feita em parceria com diversas instituições, com a iniciativa pública e privada, para melhorar a vida da população.
Para participar da iniciativa, as mães foram selecionadas por critério de renda, por meio de edital público, publicado no Diário Oficial do Estado. Já as mentoras foram escolhidas com base em projetos de pesquisa.
Exemplo da potência do Mentes Azuis, Rauana Batalha é mentora do programa, mãe de uma criança com autismo e também autista. Sua trajetória é marcada pela superação e pelo compromisso com a inclusão.
“Temos aqui, em Rio Branco, várias bolsistas que também são mães atípicas e autistas, e que, por isso, não conseguem trabalhar fora de casa. No meu caso, eu já trabalhava quando recebi o diagnóstico. Já estava, de certa forma, adaptada. Mas muitas dessas mães não têm essa possibilidade. E o programa é, para elas, uma oportunidade única de participar, de contribuir e de se sentirem valorizadas”, afirmou.
Maria Almeida, do município de Bujari, é mãe de dois filhos, um diagnosticado com TEA e outro em fase de investigação. Ela conta que as bolsas e o programa trouxeram luz à vida de muitas mulheres.
“Por meio dessas bolsas e das atividades, descobrimos mães que estavam invisíveis, em silêncio, passando por dificuldades, e que agora estão sendo vistas, acolhidas e incluídas. Chegar até aqui não foi fácil. Foi um processo cheio de lutas e barreiras. Mas hoje estamos aqui por gratidão, com o coração cheio de esperança”, declarou.
A coordenadora do Mentes Azuis, Zenilda Leão, explica que o programa vai muito além do apoio financeiro. Ele é estruturado em três pilares:
As oficinas de educação integral responderão a essas questões e serão realizadas nos 22 municípios do estado, formando mulheres que se tornarão agentes multiplicadoras.
“São verdadeiras abelhas espalhando o mel do conhecimento sobre inclusão nas suas comunidades”, disse Zenilda.
O cantor e compositor Davi Barroso Lima representou mães e famílias do espectro com sua voz e talento. Com várias composições autorais disponíveis no Spotify, YouTube e outras plataformas digitais, ele destacou a importância da arte em sua vida.
“A música, para mim, foi uma terapia. E estar aqui hoje, cantando, não é apenas um momento terapêutico, mas também uma oportunidade de divulgar o meu trabalho artístico.”
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