Os juros futuros indicam a expectativa do mercado financeiro para a taxa básica de juros dos EUA, definida pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) nos próximos anos. São eles que servem de referência para o rendimento das Treasuries, os títulos públicos americanos.
Como são considerados os produtos de investimento mais seguros do mundo, as Treasuries com rentabilidades mais altas atraem investidores estrangeiros, que encaminham seus recursos para os EUA e dão força para o dólar.
Os rendimentos de dois anos também avançaram, chegando a 4,31%.
Os juros futuros subiram porque a agenda econômica de Trump prevê maior protecionismo para a indústria americana, com elevação de tarifas para produtos importados.
Além disso, espera-se uma redução da arrecadação dos EUA com diminuição de impostos para empresas americanas. Na teoria, menos impostos poderiam segurar os preços de produtos nacionais.
Por aqui, há um agravante que aumenta a cautela dos investidores há algum tempo, que é a condução das contas públicas brasileiras.
O dólar já ganhava força na semana passada com esse processo em que investidores já aplicam o dinheiro, antecipando que Trump tinha mais chances de ganhar a eleição (chamado de "Trump Trade"). Mas o real se desvalorizou ainda mais porque o governo federal deixou de anunciar medidas de corte de gastos para controlar a dívida pública brasileira.
Quando os gastos públicos estão elevados, acima das receitas do governo (gerando déficit público), o mercado passa a desconfiar da capacidade do país de arcar com suas dívidas no médio e longo prazo.
Esse risco mais alto faz com que investidores esperem juros também mais altos para trazerem seus recursos para o Brasil. O resultado dessa demanda por taxas maiores foi a saída ainda mais forte de dólares do país na última semana, enfraquecendo o real.
Havia uma grande expectativa do mercado financeiro de que a equipe econômica do governo federal apresentasse algum pacote de cortes nos gastos públicos ainda na semana passada, logo após o segundo turno das eleições municipais no Brasil. Isso não aconteceu.
A equipe econômica do governo venha afirmando que está discutindo os gastos — o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, inclusive que o governo está na "reta final" das definições dos cortes.
O bitcoin, criptomoeda mais popular do mundo, também dispara nesta quarta-feira (6) e renova seu maior patamar histórico, sendo negociado próximo dos US$ 74 mil, com a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.
Às 11h30, o bitcoin registrava alta de cerca 7% e era vendido a US$ 74.317. Na máxima do dia, a moeda subiu 8,63%, ultrapassando os US$ 75 mil.
No Brasil, a alta da criptomoeda era ainda mais expressiva, de mais de 11%, vendida a quase R$ 443 mil — a cotação também considera o câmbio de real para dólar.
Mín. 23° Máx. 35°