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Professora Graciele propõe PL que protege direito ao afastamento funcional para servidoras vítimas de violência em MT

O projeto de lei busca assegurar o afastamento funcional, com manutenção do vínculo e remuneração, para servidoras vítimas de violência doméstica.

Redação
Por: Redação Fonte: Assembleia Legislativa - MT
02/07/2025 às 18h04
Professora Graciele propõe PL que protege direito ao afastamento funcional para servidoras vítimas de violência em MT
Fala da deputada durante sessão plenária.Foto: ANGELO VARELA / ALMT

A deputada estadual Professora Graciele (PT) apresentou, nesta quarta-feira (2), no plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, um projeto de lei que garante às servidoras públicas estaduais o direito ao afastamento do trabalho em casos de violência doméstica, com manutenção do vínculo e da remuneração. Com o título de Lei “Emiliane Silva”, a proposta busca proteger mulheres em situação de risco, assegurando que possam se afastar do ambiente profissional de forma imediata, sem sofrer punições ou exigências burocráticas abusivas.

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Apoiado na Lei Maria da Penha, o PL estabelece que o pedido de afastamento seja analisado em até 72 horas, mediante apresentação de boletim de ocorrência ou medida protetiva, sem a obrigatoriedade de laudo médico ou perícia psiquiátrica. A servidora poderá permanecer afastada por até seis meses, prorrogáveis enquanto durar a situação de risco.

O texto também proíbe a abertura de sindicância ou aplicação de sanções disciplinares durante o período de afastamento e obriga os órgãos públicos a criarem procedimentos internos para agilizar os pedidos. A demanda surgiu não só diante do crescimento no número de casos registrados em Mato Grosso, mas também a partir da demanda trazida por movimentos sociais e sindicais. 

“Desde que assumi o mandato estive acompanhando de perto essa questão, que também me afeta pessoalmente na condição de mulher. Ouvindo as histórias de outras mulheres, percebo o quanto o Estado precisa agir com respostas rápidas e empatia para proteger essas mulheres, que por vezes já estão em uma situação de risco. Esse projeto é um passo importante para que nenhuma servidora pública seja punida por tentar salvar sua vida", declarou a deputada durante pronunciamento na sessão plenária. 

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De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Mato Grosso registrou, em 2023, a maior taxa de feminicídios do país, com 2,5 óbitos por 100 mil mulheres, totalizando 46 casos. Ainda, segundo levantamento da Polícia Civil, 83% dos feminicídios registrados em 2024 ocorreram em ambiente doméstico, resultando em 47 vítimas, sendo 41 mães e 89 crianças órfãs.

Inspirada em um caso real, a proposta leva o nome de Emiliane Silva, servidora que, mesmo com boletim de ocorrência registrado, foi obrigada a apresentar laudo psiquiátrico para evitar processo disciplinar. Posteriormente, o documento foi utilizado pelo agressor em processo de guarda dos filhos, demonstrando a burocracia institucional que agrava a situação da vítima.

O projeto segue para análise nas comissões da Assembleia Legislativa.

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