Durante sessão desta terça-feira (17), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o líder do governo na Casa, deputado Manoel Moraes (Progressistas), manifestou solidariedade às famílias atingidas por operações do ICMBio no município de Xapuri e defendeu uma saída legal e viável tanto para quem vive dentro quanto fora da Reserva Chico Mendes.
O parlamentar, que é servidor federal e atuou no município, afirmou conhecer a realidade das comunidades locais. Segundo ele, muitos moradores da área conhecida como Maloca não sabiam que viviam em território de reserva. “Eles não são invasores. São filhos, netos, pais que vivem ali há décadas buscando uma vida melhor. Eu mesmo trabalhei em Xapuri, e só em 2006 é que colocaram a primeira placa dizendo que aquela área era reserva”, declarou.
O progressista criticou a operação federal, que classificou como “desnecessária” e de “força desproporcional”. “A forma como foi conduzida essa ação, com homens fortemente armados, não se vê nem em favelas do Rio de Janeiro. Isso não é o Acre que defendemos”, lamentou.
O deputado afirmou ainda ter enviado um projeto de recuperação ambiental à presidência do ICMBio e à coordenação da Amazônia, propondo soluções sustentáveis como o reflorestamento com café, consórcios com madeira e gado, uso de cercas elétricas e recuperação de áreas de preservação permanente. A proposta foi elaborada em parceria com professores da Universidade Federal do Acre e juristas locais.
Ao abordar a situação dos produtores fora da reserva, o parlamentar defendeu a urgente regulamentação da lei estadual que trata da compensação ambiental para pequenas propriedades. “Temos cobrado a Secretaria de Meio Ambiente, e sei que não é fácil, porque há conflito com normas federais. Mas a Assembleia fez sua parte e vai continuar insistindo para que essa lei entre em vigor o quanto antes”, afirmou.
Ao concluir sua fala, o líder do governo enfatizou que a responsabilidade pelas dificuldades enfrentadas pelo setor produtivo acreano é do Congresso Nacional, que, segundo ele, aprovou leis que penalizam a Amazônia. “O único culpado de tudo isso é o Congresso Nacional, que criou leis ruins para o Acre e não quer mudar. Mas nós aqui da Assembleia vamos continuar lutando. Não existe problema sem solução, e nós vamos encontrar essa solução com vocês”, garantiu.
Texto: Mircléia Magalhães/Agência Aleac
Foto: Sérgio Vale