Durante a sessão desta terça-feira (17), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado Marcus Cavalcante (PDT) fez um pronunciamento em defesa dos produtores rurais do Estado. Indignado com as operações do ICMBio e os recentes episódios de destruição de propriedades e currais em áreas do interior, o parlamentar classificou as ações como “verdadeiro terror” e cobrou respeito aos trabalhadores do campo.
“É triste ver homens e mulheres de mãos calejadas, crianças vendo suas casas serem destruídas. Isso é o fruto de uma vida inteira dedicada ao trabalho. E o que estão fazendo com nosso povo é um massacre”, denunciou Cavalcante, que também é produtor rural e conhece de perto a realidade das comunidades.
O pedetista responsabilizou o governo federal e citou nominalmente o presidente Lula e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pelas operações que, segundo ele, têm deixado um rastro de sofrimento no Estado. “Essa operação tem, sim, as digitais do governo federal. Estamos sendo sacrificados para que o Brasil apareça bem na foto lá na Europa, para agradar países como Alemanha, Noruega e França, à custa do sangue do nosso povo”, afirmou.
Marcus Cavalcante destacou ainda que o Acre não pode depender exclusivamente da folha de pagamento do funcionalismo público. “Tirem o agro desse Estado e a miséria se instalará de ponta a ponta. Nós precisamos produzir. Não precisamos de perseguição, precisamos de apoio! ”, pontuou.
Em tom emocionado, o parlamentar descreveu as ações do ICMBio como arbitrárias, denunciando a presença de agentes fortemente armados nas propriedades rurais. “Tratar o produtor rural como se fosse um bandido qualquer é inaceitável. Multar e perseguir quem desmatou um ou dois hectares para alimentar a família é desumano. Isso não pode continuar”, protestou.
Por fim, o deputado reforçou que os parlamentares não devem se omitir diante da crise que atinge o setor produtivo acreano. “Contem com o meu apoio e com o apoio desta Casa. Vamos dar um basta nesse tipo de ação que humilha e destrói a dignidade de quem trabalha com a terra. Respeitem quem trabalha! ”, concluiu.
Texto: Mircléia Magalhães/Agência Aleac
Foto: Sérgio Vale