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Tio Pablo afirma que operação contra produtores favorece o crime organizado e cobra atuação da bancada federal

O deputado Tio Pablo (PSD) classificou como um dos dias mais tristes da história do Acre a situação enfrentada pelos produtores rurais após a opera...

Redação
Por: Redação Fonte: Aleac
17/06/2025 às 12h37
Tio Pablo afirma que operação contra produtores favorece o crime organizado e cobra atuação da bancada federal
Foto: Reprodução/Aleac

O deputado Tio Pablo (PSD) classificou como um dos dias mais tristes da história do Acre a situação enfrentada pelos produtores rurais após a operação deflagrada na Reserva Extrativista Chico Mendes. Durante discurso na sessão desta terça-feira (17), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), ele destacou que os trabalhadores, vindos de vários municípios, lotaram a galeria da Casa em busca de apoio.

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“A verdade é que o crime organizado está batendo palma para essa operação. Enquanto atacam os nossos produtores de forma desumana, deixaram a fronteira completamente vulnerável”, denunciou.

O parlamentar relatou que recebeu uma denúncia de um estudante de medicina que vive na fronteira de Plácido de Castro, alertando que a retirada da Força Nacional deixou a segurança da região nas mãos de apenas doze policiais. “Quem tem caminhonete na fronteira, guarde. Eu morei lá, eu sei como funciona. Tiraram o efetivo da fronteira e deixaram nossos bens à mercê do crime organizado”, afirmou.

Para Tio Pablo, o governo demonstra falta de coragem para enfrentar o crime organizado, mas é implacável quando se trata dos pequenos produtores. “Além de não ter coragem de enfrentar quem realmente ameaça a sociedade, agora deixam os bens da nossa população nas mãos dos criminosos”, criticou.

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O deputado lamentou profundamente o cenário que, segundo ele, representa uma página lamentável para sua geração. “É, sem dúvida, a página mais triste que o Acre escreveu na minha geração. Não posso falar das gerações passadas, que certamente enfrentaram lutas muito maiores, mas essa é uma vergonha para todos nós”, declarou.

Tio Pablo informou que já tramita um pedido formal de suspensão da operação, encabeçado pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA). “A nossa luta não para aqui. Esse pedido já está em andamento, porque essa operação precisa ser interrompida imediatamente”, ressaltou.

O parlamentar também cobrou a atuação de outras autoridades e da bancada federal. “Cadê as entidades? Cadê as nossas autoridades que estão na inércia? Até agora, pelo que estou vendo, a Assembleia Legislativa virou ator principal, porque somos nós que estamos indo aos protestos e recebendo os senhores aqui”, destacou.

Ele criticou parlamentares federais acreanos que foram eleitos com discurso alinhado à direita, mas que, segundo ele, hoje integram a base do governo federal. “Não estou dizendo que está errado, mas cadê o diálogo? Será que todos os entes federativos estão coniventes com essas ações? Eu acredito que não, mas não vejo sequer um documento, uma manifestação que diga: ‘Estamos aqui no ICMBio em Brasília pedindo a suspensão’. Não vejo ninguém no STF, no STJ, tomando providências para que a gente possa, pelo menos, sentar e buscar uma solução”, apontou.

Tio Pablo reforçou que há leis aprovadas na própria Aleac que poderiam ajudar na regularização dos produtores que vivem e trabalham nas florestas públicas do estado. “Essa Casa tem quatro leis que podem resolver a vida de quase todo mundo que está aqui. Mas quem tem realmente o poder de resolver está na inércia”, criticou.

Por fim, o deputado garantiu que seguirá dando voz aos produtores enquanto houver Parlamento. “Eu estou há dois anos como deputado e me sinto honrado pela confiança que vocês depositam em mim e nesta Casa. Enquanto houver Parlamento, nós vamos fazer ecoar a voz de vocês. Vamos garantir que pais e mães continuem tendo esperança, possam formar seus filhos, pagar suas contas. Porque, já já, a conta bancária vai chegar”, concluiu.

Texto: Andressa Oliveira

Foto: Sérgio Vale

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