O deputado Tadeu Hassem manifestou, durante a sessão desta terça-feira (17) na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), total solidariedade aos produtores rurais atingidos pela operação realizada na Reserva Extrativista Chico Mendes. O parlamentar classificou como desumana a forma como os trabalhadores estão sendo tratados e destacou que esse problema não atinge apenas o setor produtivo, mas toda a sociedade acreana.
“É inadmissível a maneira como estão tratando o pequeno produtor. Como foi bem-dito pelos deputados que me antecederam, escolheram justamente o Dia Mundial do Meio Ambiente para vir ao Acre prejudicar quem levanta cedo e trabalha honestamente”, afirmou.
Tadeu Hassem alertou que a situação já gera reflexos econômicos no Alto Acre. “Hoje, caminhoneiros e freteiros já não querem mais prestar serviço para levar esses animais. O frigorífico de Brasileia não está mais recebendo. E, para piorar, os insumos desses animais estão sendo levados para outros estados, como se as crianças do Acre não precisassem se alimentar também”, denunciou.
O parlamentar ressaltou que a situação é tão grave que poderia ter terminado em tragédia. “O produtor tem, na sua casa, condições mínimas para se defender de quem invade sua propriedade. E se tivesse acontecido uma vítima nesse contexto? É preciso refletir sobre isso”, alertou.
Durante o discurso, Tadeu defendeu a criação da Frente Parlamentar em Defesa do Agro, aprovada na Aleac, e respondeu aos questionamentos de quem duvida da atuação do parlamento estadual na pauta. “Às vezes alguém desavisado pergunta: ‘O que a Assembleia tem a ver com isso?’. Ora, nós somos a casa do povo. É nosso dever defender quem vive aqui e produz aqui”, reforçou.
Ele também destacou a importância das áreas de preservação, mas defendeu que as leis sejam revistas. “Eu defendo a Amazônia, defendo o meio ambiente e o extrativismo, mas não da forma como estão tratando nosso povo. Nós temos hoje aproximadamente 22 áreas de conservação, entre reservas federais e estaduais, mas os tempos mudaram. O Acre cresceu, nosso povo evoluiu, nossa economia também. Essa lei precisa, urgentemente, ser revista num foro adequado, que é Brasília”, concluiu.
Texto: Andressa Oliveira
Foto: Sérgio Vale