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Uberlândia terá centro de reabilitação do Hospital de Amor

A unidade será a primeira de Minas Gerais, e vai atender à demanda de pessoas com deficiência (PcD) por meio da confecção de próteses, órteses e eq...

Redação
Por: Redação Fonte: Agência Dino
03/06/2025 às 18h40
Uberlândia terá centro de reabilitação do Hospital de Amor
Hospital de Amor/Divulgação

Minas Gerais vai ganhar um Centro Especializado em Reabilitação (CER) do Hospital de Amor, antigo Hospital do Câncer de Barretos (SP). A unidade será instalada em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, e terá capacidade para atender entre 700 e 1.000 pacientes por mês. O espaço contará também com uma oficina ortopédica para a confecção de próteses, órteses e equipamentos auxiliares de locomoção. Os serviços serão ofertados por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

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Para viabilizar a instalação do centro, uma área de aproximadamente 13 mil metros quadrados, localizada no bairro Alto Umuarama, no limite com o Granja Marileusa, na zona leste da cidade, foi concedida pelo município por meio de uma lei aprovada pela Câmara Municipal (Lei nº 14.365, de 7 de abril de 2025).

Além da área disponível, existe um orçamento de R$ 52 milhões à disposição para investir na construção. O recurso é proveniente de emendas parlamentares do deputado federal uberlandense Weliton Prado, que é presidente da Comissão Especial sobre o Combate ao Câncer no Brasil e da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados.

Conforme informou o coordenador das unidades de reabilitação do Hospital de Amor, o médico Daniel Marconi, o projeto arquitetônico já está pronto. Outros projetos necessários, assim como aprovações e formalizações junto ao município estão em andamento. O prazo máximo previsto na lei de concessão da área para que o centro seja instalado é de três anos.

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Daniel Marconi explicou que o CER vai atender pessoas que se enquadrem em uma ou mais modalidades de deficiência: física, intelectual, auditiva e visual, podendo ser de origem oncológica ou outra — como acidentes, violência e congênita —, e ainda pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O centro contará com uma equipe médica e multiprofissional que atuará por meio de um plano terapêutico individualizado. Serão disponibilizados fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, psicólogos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, assistentes sociais, entre outros profissionais. “Nosso objetivo é resgatar a autonomia e a qualidade de vida dos pacientes, possibilitando a inclusão destas pessoas à sociedade”, salientou Marconi.

A unidade de Uberlândia será a quarta do tipo no país vinculada ao Hospital de Amor e a segunda na região Sudeste. As outras ficam em Barretos, Araguaína (TO) e Porto Velho (RO). Todas as unidades possuem oficina ortopédica, onde foram confeccionadas, em 2024, mais de 3,8 mil próteses e órteses.

A área de abrangência do novo centro será pactuada posteriormente. Caso a definição seja pela Região Ampliada de Saúde Triângulo do Norte, subdivisão criada pelo Estado de Minas Gerais para indicar as unidades de saúde referência para cada cidade, são 26 municípios, além de Uberlândia, com uma população de mais de 1,3 milhão de habitantes. O CER de Araguaína, por exemplo, atende a 64 municípios.

Descentralização

Ao todo, o Hospital de Amor conta com oito hospitais de tratamento de câncer no Brasil, 27 pontos de prevenção e três centros de reabilitação já instalados, além de manter 53 unidades móveis. Em Minas Gerais, funcionam dois institutos de prevenção, um em Patrocínio, no Alto Paranaíba, e outro em Unaí, no noroeste mineiro.

A necessidade de descentralização dos serviços do Hospital de Amor, de acordo com Daniel Marconi, deve-se ao fato de que hoje a instituição atende a quase 50% dos municípios brasileiros. “Quanto mais nos aproximarmos desta população e encurtarmos distâncias, melhor”, ressaltou.

O secretário municipal de Saúde de Uberlândia, Adenilson Lima e Silva, também destacou a importância de a cidade e a região ganharem um centro especializado de reabilitação. “Vai favorecer muito para a população que necessita deste serviço e somar ao atendimento oferecido pelo SUS”, afirmou.

Nova área

Além do terreno de quase 13 mil metros quadrados, concedido pelo município de Uberlândia à Fundação Pio XII, mantenedora do Hospital de Amor, a instituição de saúde vai contar com outra área anexa de aproximadamente 20 mil metros quadrados. A doação será feita pela empresa que desenvolve o bairro Granja Marileusa. 

“Vamos doar uma área na entrada do bairro, uma localização privilegiada, com acessos rápidos. Nossa expectativa é que a doação seja concluída ainda neste ano”, disse o diretor-presidente da Granja Marileusa Desenvolvedora, Frederico Dias Marques. Ele ressaltou ainda que sediar o centro de reabilitação do Hospital de Amor terá um impacto positivo na saúde pública de Uberlândia e de toda a região, em função da oferta de serviços que seriam inacessíveis para muitos dos pacientes que serão atendidos na unidade.

Evolução histórica

A história do Hospital de Amor, conhecido durante décadas como Hospital do Câncer de Barretos, interior de São Paulo, teve início em 1962, quando foi criado pelo casal de médicos Paulo Prata e Scylla Duarte Prata o hospital geral São Judas Tadeu. Devido ao aumento da demanda, em 1967, foi criada a Fundação Pio XII, entidade filantrópica gestora do centro de saúde, que passou a oferecer somente tratamento oncológico e a se chamar Hospital do Câncer.

Desde 1989, a instituição tem à frente de sua gestão Henrique Prata, filho de Paulo e Scylla Prata. Ele se divide entre a filantropia ligada ao hospital e as atividades como fazendeiro. Sua atuação no setor pecuarista e junto a artistas, principalmente do gênero sertanejo, é um dos pilares que sustentam financeiramente a instituição.

Em 2024, o número de atendimentos ultrapassou 2 milhões, sendo quase 600 mil pacientes residentes em 2.540 municípios (45,6% do total). Os recursos financeiros para viabilizar esta assistência chegam por meio de doações espontâneas, campanhas e ações diversas, entre as quais leilões de gado e shows com verba revertida para a instituição, que conta ainda com financiamento público.

A mudança de nome para “Hospital de Amor”, adotada em 2017, foi sugerida pelo publicitário Washington Olivetto, que fez uma pesquisa com mais de três mil pacientes e, por unanimidade, eles apontaram este nome, por trazer uma alusão ao trabalho humanizado desenvolvido pela instituição de saúde.

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