A Secretaria de Estado de Educação e Cultura do Acre (SEE) realizou nesta terça-feira, 3, na Escola Estadual Edmundo Pinto de Almeida Neto, na Vila do Incra, em Porto Acre, mais uma edição da Mostra Viver Ciência Itinerante, que está sendo realizada em diversas cidades do interior.
A iniciativa pretende popularizar as ações nos municípios do interior por meio de exposições interativas, experiências científicas e apresentações de robótica, além de atividades voltadas à valorização da cultura local, estimulando o protagonismo infantil, a criatividade e a integração entre ciência, tecnologia e educação.
Também participaram diversas outras escolas de Porto Acre, como a Jader Saraiva (Vila do V), Plácido de Castro (da sede do município), União e Progresso (Vila Caquetá), Santa Fé (Ramal da Linha 7) e Central do Andirá (Projeto Tocantins).
Além das experiências realizados pelos alunos, o Departamento de Inovação da SEE levou à exposição diversos trabalhos dos Núcleos de Tecnologias Educacionais (NTEs), de incentivo ao conhecimento, de automação e robótica e de matemática e ciências aplicadas.
O NTE, por exemplo, levou jogos sobre segurança e comportamento, além de uma história em quadrinhos sobre segurança digital e ética na internet. Já o núcleo de matemática levou jogos como labirinto, jogo da velha tridimensional, uniquatro, jogos de raciocínio, xadrez, lança-soma e quixo.
A diretora da Escola Edmundo Pinto, Marilene Freire, disse que a Viver Ciência é primordial para a educação dos alunos: “Conhecimento se faz com colaboração e nosso município, mesmo pequeno, não está fora dos acontecimentos”.
E completou: “Os alunos podem ter essa experiência, de apresentar o que produziram, mostrar que são capazes, que com orientação conseguem produzir. Eles podem participar e isso depende do interesse de cada um em fazer os projetos e em estudar para aprofundar os temas”.
Já a União e Progresso, localizado na Vila Caquetá, levou para a mostra de Porto Acre o projeto de revitalização de um igarapé que passa por trás da escola. O projeto é chamado Águas de Caquetá. O igarapé foi sendo poluído ao longo dos anos e agora está em processo de revitalização, pela comunidade escolar.
A aluna Evellyn Lima, do 9º ano do ensino fundamental, anos finais, destacou a importância de exercer a cidadania e defender a sustentabilidade ambiental. “Esse igarapé é muito importante para a nossa comunidade, mas com o tempo acabou ficando esquecido e agora estamos realizando um processo de limpeza”, explicou.
“Estamos juntando o lixo, tudo em volta do igarapé, tirando tudo o que pode prejudicar plantas e animais e estamos plantando mudas, árvores, e depois que revitalizar a ideia é reutilizar a água, fazendo esse grande processo de recuperação da natureza”, detalhou.
Já a Escola Plácido de Castro, localizada na sede do município de Porto Acre, levou para a exposição o projeto “Águas do saber – navegando entre a arte e a cultura”, que foi coordenado pela professora Itamara Abreu e realizado com os alunos do ensino médio.
O projeto aborda diversas lendas, como a do boto cor-de-rosa, da Iara e da Mãe d’Água, e também sobre o ciclo das águas na Amazônia. “Também fala da importância de preservar os rios, fala sobre a cultura e tem até um mural interativo sobre o que podemos fazer para preservar os rios”, explicou a professora.
Para o estudante Abraão Gondim, realizar o trabalho foi importante porque levou o grupo a refletir sobre a importância das águas e de preservar o meio ambiente: “Conseguimos aprender mais e como lidar com as pessoas”.
As escolas rurais de Porto Acre também estiveram presentes na Mostra Viver Ciência Itinerante. A Santa Fé, por exemplo, localizada no Ramal da Linha Sete levou o projeto de uma escola flutuante.
O estudante Andrey Vinicius dos Santos, da 1ª série do ensino médio, explicou que o projeto é uma forma de a escola não parar de funcionar, mesmo durante o inverno. “Não teria mais a preocupação com a chuva, se [a gente] chega ou não na escola pelo ramal e ajudaria na melhoria da qualidade de ensino”, afirmou.
Outra escola rural presente na mostra foi a Central Andirá, localizada no km 8 do Ramal Capixaba, no Projeto Tocantins. Os alunos dos ensinos fundamental e médio levaram o projeto Mitos e Lendas Amazônicos, como o boto cor-de-rosa, a Iara, a Cobra Boiuna e a Lenda da Vitória-Régia.
“Muitas pessoas da nova geração não têm esses conhecimentos e, pelo fato de morar na zona rural, é importante trazer esses conhecimentos sobre as lendas, o folclore e sobre a própria cultura da nossa região”, explicou o professor Dilson Pinheiro.
A Escola Edmundo Pinto, que recebeu a comunidade escolar de Porto Acre e sediou a edição da mostra, apresentou dois projetos: o primeiro foi sobre os rios voadores e o segundo foi Amazônia e suas Conexões, que abordou a questão dos rios e da biodiversidade da região.
Já o projeto sobre os rios voadores evidenciou a importância de ilustrar algo que ainda é desconhecido para muitas pessoas e que tem a ver com o abastecimento das cidades, a agricultura e também com a formação de chuvas.
A estudante Kwaira Sabrina Freire explicou que os rios voadores se iniciam no Oceano Atlântico, têm os vapores levados pelas correntes de ar para a região amazônica, seguem em direção à Cordilheira dos Andes e retornam para a Amazônia, onde mudam o percurso para a Região Sul.
“A região amazônica é fundamental para esse fenômeno, porque capta água do solo e lança na atmosfera em forma de vapor”, explicou a aluna durante a apresentação do trabalho.
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