O estado de Rondônia se destaca novamente no cenário nacional, desta vez ocupando o 3º lugar no ranking em doação de órgãos no Brasil, sendo o 1º da região Norte. As doações cresceram 122% em 2023 se comparado a 2019, de acordo com os dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos – ABTO. Dados da Secretaria de Estado da Saúde – Sesau, mostram que até o primeiro semestre deste ano foram realizadas 37 captações, resultando no transplante de 74 órgãos entre rins e fígados. Desde a criação do serviço de transplantes em Rondônia, em 2014, foram realizados 793 transplantes.
O secretário de Estado da Saúde, Jefferson Rocha ressaltou acerca do serviço que, “Rondônia tem se destacado nos transplantes em consequência do trabalho da equipe de profissionais que está empenhada e qualificada para agir diante de situações delicadas e difíceis, buscando o “sim” dos familiares que podem salvar vidas. O Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro é o primeiro da região Norte a realizar transplantes de tecido ósseo, o que nos deixa ainda mais felizes com esse serviço”, afirmou.
A coordenadora da Central de Transplantes de Rondônia, Renata Restier, explicou a importância da conversa com os familiares. “No Brasil, somente a família pode autorizar a doação de órgãos, então é imprescindível comunicar aos familiares sobre a decisão, a morte não é o fim”, pontuou.
A maioria dos doadores, em Rondônia, possuem entre 50 e 65 anos e são do gênero masculino. As principais causas de morte são traumatismo cranioencefálico ou Acidente Vascular Cerebral – AVC. A tipagem sanguínea que predomina entre os doadores é tipo O, conhecido como doador universal.
Para ser um doador de órgãos e/ou tecidos para transplante, pela legislação vigente, nenhuma declaração em vida é válida ou necessária, não há possibilidade de deixar em testamento, não existe um cadastro de doadores de órgãos e nem são mais válidas as declarações nos documentos de identidade/carteiras de habilitação e nem mesmo as carteirinhas de doador.
Assim sendo, quem deve e pode autorizar a doação em caso de morte encefálica é a família que, para tomar essa decisão, precisa estar ciente de que você quer doar seus órgãos e/ou tecidos. Por essa razão, a única forma de ser um doador pós-morte é discutir o assunto em vida com os seus familiares, o que permitirá também, a todos que participarem dessa conversa revelarem-se doadores ou não de órgãos. Essa simples conversa, permitirá aos familiares tomar uma decisão rápida e consciente, caso a situação se apresente.
No caso de doação em vida, é permitida à pessoa juridicamente capaz, dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes, para cônjuge ou parentes consanguíneos até o quarto grau. Para qualquer outra pessoa, somente mediante autorização judicial, mais avaliação da Central de Transplantes e da Comissão de Ética do hospital, onde seja totalmente descartada a possibilidade de comércio de órgãos, exceto quando se trata de doação de medula óssea. (Fonte: Associação Brasileira de Transplante de Órgãos – ABTO).
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