Um recente estudo conduzido pelo projeto "Adolescentes Mães" do Hospital Moinhos de Vento, no Rio Grande do Sul, revelou que duas em cada dez adolescentes brasileiras que se tornam mães não têm conhecimento sobre métodos contraceptivos. O levantamento, realizado entre agosto de 2022 e maio de 2023, ouviu 1.177 mães de todas as regiões do país, atendidas em hospitais selecionados.
A pesquisa classificou as participantes em duas categorias: adolescentes, com idades entre 10 e 19 anos (representando 49,5%), e adultas, entre 20 e 29 anos (com 50,4% das entrevistadas). Surpreendentemente, 2,12% das adolescentes que deram à luz tinham entre 10 e 14 anos.
A idade média da primeira relação sexual para as mães adolescentes foi de 14 anos, resultando na primeira gestação aos 16 anos. Já entre as mulheres que se tornaram mães na vida adulta, a idade média da primeira relação sexual foi aos 16 anos, com a gravidez ocorrendo aos 22.
Os dados revelam que 64% das adolescentes engravidaram sem intenção, sendo que 20,4% desconheciam métodos contraceptivos. Em contraste, 58% das adultas afirmaram ter engravidado de forma planejada.
Além disso, a pesquisa destaca que 88,5% das adolescentes se tornaram mães solteiras, enquanto entre as adultas, essa prevalência é de 73,7%. Um dado preocupante é que uma em cada quatro jovens relatou ter sido abandonada pelo pai do bebê após a descoberta da gestação. Nas mães adultas, esse abandono ocorreu em 15,4% dos casos.
Uma das consequências mais significativas da maternidade na adolescência foi o abandono dos estudos, impactando negativamente o futuro dessas jovens mães.
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