Brasil 15 Cidades
PF Desmantela Esquema Bilionário de Contrabando de Grãos e Agrotóxicos
Polícia Federal desencadeia ação em 15 cidades para desarticular organização criminosa dos “Reis da Soja” envolvida em esquema de R$ 3,5 bilhões
05/12/2023 08h04
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Reprodução - PF/Divulgação

Nesta terça-feira (5/12), a Polícia Federal lançou as operações Dangerous e Paschoal, desencadeando uma ação em 15 cidades para desarticular uma organização criminosa responsável por um esquema bilionário de contrabando de grãos, especialmente soja e milho, e agrotóxicos vindos da Argentina. Com 200 policiais federais envolvidos, a operação tem como alvo 59 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de prisão.

As investigações, iniciadas em 2022, apontam para a atuação coordenada de três núcleos dentro da organização criminosa: os detentores dos portos clandestinos, os beneficiários e revendedores das mercadorias contrabandeadas e os operadores financeiros. Conhecidos como “Reis da Soja,” o grupo utilizava documentação fraudada, incluindo notas de produtores rurais, para justificar o contrabando em larga escala.

O esquema envolvia lavagem de dinheiro por meio de doleiros, realizando operações cambiais à margem do sistema legal para promover a evasão de divisas. Duas empresas usadas para esse propósito adquiriram criptoativos no valor de R$ 1,2 bilhões. Medidas da PF incluem bloqueio de contas bancárias, totalizando cerca de R$ 58 milhões, além do sequestro e arresto de automóveis, imóveis de luxo e uma aeronave estimada em R$ 3,6 milhões.

Durante o período de investigação, foram apreendidas 171 toneladas de soja, farelo de soja e milho, resultando na prisão de 11 pessoas em flagrante. As cidades alvo da ação são: Palmeira das Missões (RS), Rodeio Bonito (RS), Cerro Grande (RS), Três Passos (RS), Tiradentes do Sul (RS), Horizontina (RS), Crissiumal (RS), Santo Ângelo (RS), Condor (RS), Tuparendi (RS), Santana do Livramento (RS), Itapema (SC), Itaí (SP), Palmas (TO) e São Luís (MA).

A ação conta com o apoio da Brigada Militar, Receita Federal do Brasil, Receita Estadual do Rio Grande do Sul e PRF. Este desdobramento marca um importante golpe contra o crime organizado no cenário do contrabando agrícola, revelando a dimensão e a sofisticação dessa operação criminosa que movimentou mais de R$ 3,5 bilhões nos últimos cinco anos.