O dólar, usado como parâmetro, acumulava, dessa forma, por volta das 16h desta segunda-feira, uma valorização de 10,54% frente à divisa brasileira em 2024. [confira abaixo o ranking de performance das piores moedas emergentes frente ao dólar].
Mais para o fim do dia, contudo, a diferença para o peso argentino diminuiu e o real fechou praticamente empatado com a divisa dos “hermanos“, ambas caindo 10,48% no ano. Até então, o ranking das maiores desvalorizações era liderado, de forma isolada, pela Argentina.
Moeda | País de Origem | YTD% |
USDBRL | Brasil | -10.54 |
USDARS | Argentina | -10.485 |
USDTRY | Turquia | -10.12 |
USDMXN | México | -8.502 |
USDTHB | Tailândia | -6.956 |
USDKRW | Coreia do Sul | -6.521 |
USDIDR | Indonésia | -5.676 |
USDCOP | Colômbia | -4.876 |
USDCLP | Chile | -5.738 |
USDHUF | Hungria | -5.776 |
Hoje, o dólar se valorizou frente ao real mesmo caindo no restante do mundo. O DXY, que mede a força da moeda dos EUA frente a outras de países desenvolvidos, recuou quase 0,2%, em um dia de menor aversão ao risco no exterior, com as bolsas americanas subindo.
“Desde o início de fevereiro e meados de março vemos uma elevação do chamado risco Brasil. Olhando o CDS [credit default swap, que mede a chance que o mercado vê de o Brasil não arcar com suas dívidas], está no maior preço do ano. A desancoragem fiscal que levou também uma desancoragem inflacionária”, comenta Rafael Perretti, economista e trader da Clear Corretora.
O real vem perdendo, portanto, força mundialmente de forma sucessiva. Os ruídos políticos aumentam o temor de que as contas públicas brasileiras se deteriorarão e, consequentemente, geram a visão de que investir no país é mais arriscado, minguando o fluxo estrangeiro. Fatores como a mudança na meta fiscal, na presidência da Petrobras e, hoje, falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) são levadas em conta.