O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira sua decisão de restringir a aplicação da vacina contra a dengue em 2024, priorizando crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos.
A medida, confirmada pela pasta em resposta a sugestões da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), diverge da recomendação inicial da Organização Mundial da Saúde (OMS), que indicava a faixa etária entre 6 e 16 anos.
A restrição resulta da limitação no número de doses disponíveis e da capacidade de fabricação pela farmacêutica Takeda, responsável pela produção do imunizante conhecido como Qdenga.
A decisão busca otimizar a eficácia da vacinação, concentrando-se nas faixas etárias mais suscetíveis à dengue, com especial atenção para o grupo de 10 a 14 anos, que registra o maior número de hospitalizações, segundo dados oficiais.
De acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Saúde, aproximadamente 3,2 milhões de pessoas serão contempladas com a vacina em 2024. O imunizante requer duas doses, com um intervalo mínimo de três meses entre elas.
Idosos, gestantes e lactantes foram excluídos do plano de vacinação devido à indicação da Takeda, que limita o uso do Qdenga a indivíduos entre 4 e 60 anos.
A primeira remessa da vacina, composta por cerca de 750 mil doses, chegou ao Brasil no último sábado (20/1), sendo parte de um total de 1,32 milhão de doses doadas pela farmacêutica Takeda.
Uma segunda remessa, prevista para fevereiro, incluirá mais 570 mil doses. Adicionalmente, a expectativa é que ao longo de 2024 sejam entregues outras 5,2 milhões de doses, em etapas, com previsão até novembro.
A vacinação tem previsão de início em fevereiro, e o Ministério da Saúde planeja divulgar nos próximos dias o plano de operacionalização, incluindo o público-alvo específico e as regiões prioritárias para a aplicação das doses.