Saúde O amor
Estudo explica por que o amor torna as pessoas irracionais
Estudo inovador desvenda o papel crucial do sistema de ativação comportamental na paixão romântica
17/01/2024 10h07
Por:
Reprodução

Na interseção entre a dramaturgia, a música e a ciência, a paixão sempre foi retratada como um estado capaz de envolver as pessoas de maneira irresistível, muitas vezes relegando o objeto do amor ao centro de todas as atenções. Recentemente, um estudo pioneiro, publicado na revista Behavioral Sciences, mergulhou nas complexidades do cérebro apaixonado, confirmando que, de fato, esse estado altera significativamente o funcionamento cerebral.

Conduzida por pesquisadores da Universidade Nacional Australiana (ANU), em colaboração com a Universidade de Canberra e a Universidade do Sul da Austrália, a pesquisa se debruçou sobre 1.556 jovens que se autodeclararam apaixonados. As indagações se concentraram nas reações emocionais em relação ao parceiro, no comportamento ao redor dele e na priorização do companheiro acima de tudo.

A descoberta mais notável revela que a atividade do sistema de ativação comportamental do cérebro (BAT, na sigla em inglês) desempenha um papel crucial em como outras pessoas podem rapidamente se tornar o centro da atenção de alguém apaixonado. Embora a ocitocina seja frequentemente considerada o hormônio do amor, responsável pela euforia apaixonada, é o BAT que dita a forma como o cérebro reage a estímulos poderosos e novos.

Adam Bode, o principal autor do estudo, destaca a relevância dessa descoberta, enfatizando que o entendimento da evolução do amor romântico é ainda um território pouco explorado. Segundo ele, cada descoberta nesse campo é uma peça valiosa que contribui para desvendar esse intricado quebra-cabeça.

Phil Kavanagh, outro pesquisador envolvido no estudo, esclarece a relação entre a ocitocina e a dopamina, destacando que é a combinação desses elementos que confere aos entes queridos uma importância especial, ativando caminhos no cérebro associados a sentimentos positivos.

O próximo passo da pesquisa promete ser igualmente revelador, com a equipe investigando como os cérebros de homens e mulheres podem apresentar diferentes vias de ativação comportamental em suas respostas cognitivas ao amor romântico.