No cenário urbano de Santos (SP), um episódio dramático revela os perigos muitas vezes negligenciados que podem estar à espreita em situações cotidianas. O caminhoneiro Roberto Luis de Lima, de 53 anos, enfrentou uma jornada de quase 20 dias de hospitalização, marcada por paralisia renal, hemodiálise e a superação de uma variante intensa da leptospirose, conhecida como Síndrome de Weil.
Tudo começou em 7 de dezembro, quando Lima, ao retornar para casa, pegou uma manga do chão à beira da estrada. Desprezando a higienização, a fruta foi descascada com a boca e consumida. Pouco tempo depois, surgiram os primeiros sintomas: febre, dores musculares e vômito. Diagnosticado inicialmente com dengue em 12 de dezembro, o tratamento não surtia efeito, levando-o a ser hospitalizado com infecção renal aguda e sinais de icterícia.
A reviravolta no diagnóstico ocorreu quase 10 dias após o início dos sintomas, quando Lima relembrou o episódio da manga durante uma conversa com os médicos. Confirmada a leptospirose, o caminhoneiro descreveu a experiência como uma batalha contra uma variante potente que atacou seus rins e fígado. "Não morri apenas por obra de Deus", compartilhou Lima em suas redes sociais, agradecendo também às orações que o acompanharam durante o processo de recuperação.
A leptospirose, uma infecção bacteriana transmitida pela urina de roedores infectados, inicialmente manifesta-se como febre. Contudo, se não tratada adequadamente, pode evoluir para comprometimento de órgãos vitais como fígado, pulmão, rins e meninges. A forma avançada da doença, exemplificada na Síndrome de Weil, pode levar a complicações severas, incluindo inconsciência e, em casos mais graves, óbito.
Após intensas sessões de hemodiálise e tratamento com antibióticos, Lima recebeu alta no dia de Natal de 2023. Atualmente, o caminhoneiro concentra-se em tratamentos fisioterapêuticos e na continuidade do uso de antibióticos. Sua história serve como alerta para a importância da higienização adequada de frutas e da conscientização sobre os riscos associados ao contato com ambientes propícios à transmissão de leptospiras.